A empreiteira OAS decidiu colocar à venda sua participação no setor de Defesa do país, a OAS Defesa.

Enfrentando dificuldades financeiras como consequência da Operação Lava Jato contra a corrupção deflagrada em março do ano passado pela Polícia Federal, a empresa pediu nesta terça-feira Recuperação Judicial, e apresentou um plano de venda de ativos em diversos segmentos, com diferentes porcentagens.

Como sua participação na OAS Defesa é de 100%, toda a empresa está sendo oferecida no mercado.

A atual situação instável da economia do país não parece encorajar nenhuma empresa a manter iniciativas no setor de defesa, e menos ainda a adquirir um empreendimento como a OAS Defesa. Principalmente pelo fato da OAS ter se retirado nos últimos meses de alguns projetos que pleiteava até então uma participação, como no caso do SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), em que a empresa chegou a responder ao RFP (Request For Proposal) antes de abandonar a disputa.

A empresa ainda possui 10 projetos selecionados no programa Inova Aerodefesa, que financia iniciativas no setor, porém não se sabe ainda se isso seria um diferencial para a venda deste empreendimento.

A OAS chegou a garantir no segundo semestre do ano passado, quando desistiu do SisGAAz, que não abandonaria setor de defesa, o que ocorre de fato agora.

A saída da OAS do setor representa, infelizmente, só mais uma empresa se desfazendo do sonho de um futuro promissor e de cerca de “R$120 Bilhões de investimentos em defesa nos próximos 20 anos”, vendido pelo governo em 2008 quando a indústria de defesa foi reativada.

Várias empresas compraram esse sonho, esse futuro. Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão são nomes que já abriram mão do setor. É inegável que a operação Lava-Jato agravou a situação, porém é fácil perceber que o motivo não é só esse.

Portal Defesa