Mais tensão no Báltico

Publicado em: 16/12/2014

Categoria: NOTÍCIAS

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Do Rio de Janeiro

A anexação da Crimeia pela Rússia em março deste ano e o apoio do país aos grupos separatistas da região leste da Ucrânia foram seguidas de situações de tensão no mínimo diplomática mais ao norte, na região dos países nórdicos.

Porém a tensão passou de diplomática para real, com potencial risco para vidas civis na última sexta feira, dia 12. O voo SK1755 havia decolado de Copenhagen com destino a Polônia, mais precisamente à cidade de Poznan, localizada a 280km a oeste da capital, Varsóvia, e estava quase no meio do caminho quando ao iniciar subida para 25mil pés, foi forçado a parar em 21mil pés após avistar “tráfego aéreo”.

O fato ocorreu a cerca de 70km da costa da Suécia, e causou estranheza para os controladores de tráfego do país por não existir aeronave com o transponder ligado na região informada. O tráfego avistado pelos pilotos do voo SK1755, operado por uma aeronave CRJ-200, estava a cerca de 9km e obrigou o voo a desviar de sua rota para a direita a fim de “evitar tráfego militar”, apesar de nesse momento os controladores não saberem ao certo do que exatamente se tratava.

Rapidamente um alerta foi dado e caças JAS-39 Gripen da Força Aérea da Suécia decolaram a fim de interceptar a aeronave, e ao se aproximarem verificaram a existência de uma aeronave Il-20 Coot, versão de reconhecimento e inteligência do Ilyushin Il-18, da Força Aérea da Rússia voando com o transponder desligado e sem Plano de Voo conhecido.

Por estar em céus internacionais, a interceptação teve apenas o critério de esclarecimento, e pouco depois os caças retornaram a base. O fato, porém não passou despercebido, e se soma as outras tensões vividas na região recentemente.

No dia 17 de outubro um aviso foi dado de que um submarino desconhecido estava na costa da Suécia, em suas águas territoriais. Uma operação militar foi desencadeada para encontrar o submarino misterioso acompanhada de trocas de acusações entre a Suécia e a Rússia de que operações militares de espionagem estavam em curso em suas águas utilizando não só submarinos, mas navios de pesquisa e até mesmo um petroleiro. Fotos foram divulgadas mas até o momento não ficou provado se era mesmo um submarino russo.

No dia 18 de Julho, um dia após a derrubada do voo MH17 na Ucrânia, uma aeronave de inteligência e reconhecimento da Força Aérea Norte Americana invadiu o espaço aéreo Sueco enquanto fugia de caças russos que haviam decolado de Kaliningrado para intercepta-lo. O RC-135 Rivet Joint ficou cerca de 90 minutos em espaço aéreo Sueco, mesmo após ter negado repetidas vezes seu pedido para entrar no país.

A Suécia não faz parte da OTAN, e tem mantido tradicionalmente uma posição de neutralidade em grandes conflitos. Porém os recentes casos mostram que a região do Mar Báltico está sob intensa atividade de espionagem, de vários países, e isso tem violado repetidas vezes a soberania do país nórdico.

A Ministra de Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallström, declarou que “espera que se possa chegar a um acordo quanto a estes voos russos”, acrescentando que “o importante é que nós (Suécia e Dinamarca) acreditamos que isso é muito inapropriado”.

A Dinamarca também tem visto a tensão bater à sua porta, gerando após este último incidente de sexta feira declarações do Ministro de Relações Exteriores do país, Martin Lidergaard, afirmando que “é totalmente fora de propósito que vidas civis sejam colocadas em risco dessa forma.”

Um porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, declarou que a respeito deste último incidente, “não existe pré-requisito para se declarar que o voo de uma aeronave de guerra da Rússia em espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico tenha relação com algum acidente aéreo”, e ainda afirmou que a aeronave russa estava “a mais de 70km” do voo SK1755, e que haviam no mesmo momento e na mesma área um avião de reconhecimento da OTAN.

Portal Defesa

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