Operação Ostium

Published on: 27/03/2017

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De Campo Grande MS.

A Força Aérea Brasileira iniciou em 24 de março uma grande operação de combate a voos irregulares que ocorrem na fronteira, com o codinome Operação Ostium (Porteira em latim). Esta operação visa intensificar o controle do espaço aéreo no setor oeste-sul brasileiro com duração até o final do ano junto a fronteira com o Paraguai e Bolívia, notadamente países onde ocorre a maior parte de voos ilícitos de transporte de armas e drogas.

Serão quase oito mil km de fronteira vigiados compreendendo os estados de MS, PR e SC, e para isso a FAB deslocou para algumas cidades fronteiriças aeronaves que ficarão desdobradas enquanto durar a operação. Próximo de 450 aeronaves ilícitas foram interceptadas no ano passado, este ano a FAB pretende reduzir drasticamente esse número. Participam os esquadrões: Flecha (3º/3ºGAv) com aeronaves A-29; Poti (2º/8ºGAv) helicóptero de ataque AH-2 Sabre; Pantera (5º/8ºGAv) helicóptero de transporte e escolta H-60 L Blackhawk; Horus (1º/12ºGAv) com o VANT(Veículo Aéreo Não Tripulado) RQ-450; Guardião(1ºe 2º/6ºGAv) aviões de reconhecimento/alerta antecipado R-35AM/E-99; Pelicano (2º/10ºGAV) aeronave de busca e Salvamento SC-105 entre outras unidades auxiliares. Para suporte, foi deslocada para a região grande estrutura de apoio a operação como sistemas de comunicações por rádio, satélites e radares móveis. A maior parte foi transportada por carretas, outra por aeronaves C-130 da FAB exigindo um grande esforço logístico da FAB.

Campo Grande, Dourados e Corumbá no Mato Grosso do Sul, Chapecó em Santa Catarina, Cascavel e Foz do Iguaçu no Paraná foram as cidades escolhidas para o início da operação. Essa é a primeira operação com a nova estrutura de comando da FAB que passa por grande reorganização, informações e dados são repassados via link de satélite para o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), em Brasília, onde decisões são tomadas no decurso da operação, em Dourados também há um centro de controle replicando informações para o comando das unidades na área.

Simulando Interceptação

 

Aeronave A-29 do 3º/3º GAv Flecha intercepta o SC-105 que transportava a imprensa

De Campo Grande a imprensa foi levada à Dourados em avião da FAB para conhecer as aeronaves e a estrutura de apoio lá temporariamente sediadas. Durante o deslocamento que aconteceu em uma aeronave de busca e salvamento SC-105 foi demonstrado uma simulação de interceptação em voo onde o SC-105 em rota se passou por aeronave “alvo” interceptada por um A-29 do Esquadrão Flecha, aeronave que opera rotineiramente no policiamento do espaço aéreo da região.

Todos a bordo puderam acompanhar de perto os procedimentos de verificação e controle que ocorrem durante uma interceptação real. Para que a imprensa pudesse acompanhar todas as etapas, o A-29 aproximou-se pela posição “3 horas”, à direita do SC-105, o que nem sempre acontece em uma interceptação real, normalmente ocorrendo às “6 horas”, atrás da aeronaves, para acompanhamento inicial. Isso é para evitar que a aeronave suspeita de ilícito possa saber que está sendo monitorada e tente manobra de evasão. A aproximação ocorre sempre de forma discreta.

Uma vez posicionada atrás da aeronave suspeita, inicia-se os procedimentos de investigação. São conferidas junto ao controle informações sobre a aeronave (matrícula, registro, plano de voo, entre outras), se detectada alguma irregularidade a aeronave da FAB passa a adotar medidas de controle e o A-29 posiciona-se na lateral para que a aeronave suspeita a visualize. Revelada sua posição o avião da FAB balança suas asas, manobra que indica uma interceptação, procedimento reconhecido internacionalmente, em seguida é iniciada a comunicação. No avião da FAB há um cartaz no cockpit em letras garrafais com o número 121,5, que indica a frequência internacional de emergência em 121,5 MHz, a aeronave suspeita é orientada a se comunicar. Com suspeita de ato ilícito, imediatamente é ordenado o procedimento de pouso no aeródromo próximo de escolha do controle de operações para averiguação da carga transportada, se houver recusa da ordem, medidas de força poderão ser tomadas como o tiro de aviso ao lado da aeronave, com disparos das duas metralhadoras calibre 12mm instalada nas asas do A-29. Se ainda assim não houver resposta da aeronave suspeita, é utilizado o tiro de contenção, com a derrubada da aeronave. Medida tomada somente esgotada todas as anteriores e após a aprovação do Presidente da República ou autoridade por ele designado. Esse recurso é previsto em lei com a promulgação da Lei do Abate (Lei 9.614/98).

 

Aeródromo de Dourados – MS. Sede temporária dos A-29, AH-2, H-60L e VANT

 

Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) RQ-450 do 1º/12º GAv “Horus”.

 

Operadores do VANT RQ-450 na Estação de Controle; Antenas SATCOM de transmissão de dados por satélite

Portal Defesa

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