Desde o dia 1º deste mês vem sendo realizada por toda a costa brasileira e em águas interiores (rios e lagoas) a segunda edição da Operação Amazônia Azul.
A edição de 2015, que vai até o final do dia de hoje, conta com o apoio de agências federais como a Receita Federal, Polícia Federal, IBAMA e ICMBio, além da participação da Petrobras, TRANSPETRO e da Força Aérea Brasileira.
E tem como objetivo intensificar a fiscalização em águas brasileiras por 7 dias, causando um impacto nas atividades irregulares ou ilícitas, além de garantir a segurança da navegação dentro da jurisdição brasileira com a abordagem constante de embarcações para verificação de documentos e itens obrigatórios.
Até a última terça-feira, terceiro dia da Operação, a Marinha do Brasil em conjunto com as entidades citadas anteriormente apreenderam 11 toneladas de carga alimentícia irregular, 3 mil litros de gasolina, carga ilícita que gerou multa de R$15mil, e armamento na região amazônica. Além disso, um foragido da polícia condenado por homicídio foi identificado e preso, e outra pessoa foi detida por porte ilegal de arma.
Até o momento em que esses dados foram compilados, a 3 dias atrás, 835 embarcações haviam sido abordadas, e dentre essas, 123 foram notificadas e 23 apreendidas.
Estes números provam o inegável sucesso deste tipo de exercício, além de evidenciar a integração entre a Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira e demais entidades federais. Após o encerramento da Operação, que ocorrerá hoje, um novo balanço deve ser publicado.
A fiscalização com abordagem em alto mar e em rios ocorre diariamente por todo o país, mas durante esses 6 dias da operação, praticamente todos os esforços de todos os distritos navais são concentrados nas missões de patrulha e garantia da ordem e segurança da navegação brasileira.
Uma das formas com que a abordagem é feita durante a operação foi demonstrada hoje pelo Navio-Patrulha Oceânico P-121 APA, com a coordenação entre a embarcação da Marinha do Brasil e o petroleiro “NEUSA”, da TRANSPETRO.
O Navio-Patrulha contatou o petroleiro “NEUSA”, que por sua vez colaborando com a Operação Amazônia Azul em um exercício previamente combinado, atendeu com respostas evasivas. Após este primeiro contato suspeito o Comandante do P-121 APA, o Capitão-de-Corveta Thales da Silva Barroso Alves, ordenou que um Grupo de Visita e Inspeção fosse a bordo do petroleiro a fim de verificar se havia alguma irregularidade.
Para tanto, uma lancha do tipo PACIFIC 24 foi baixada ao mar com 8 militares a bordo, sendo 6 do Grupo de Visita e Inspeção e 2 tripulantes da lancha. O grupo se dirige ao petroleiro armado com pistolas e vestindo capacetes e coletes a prova de balas.
Apesar dos equipamentos e armamentos portados de forma ostensiva, o Comandante Thales fez questão de frisar que “a abordagem é feita sempre com muita cordialidade, com muito respeito, sempre tendo em mente que quem está dentro (da embarcação), é um trabalhador, um cidadão brasileiro como nós”.
As abordagens também podem ser feitas com o uso de um helicóptero, caso não seja possível a aproximação por lancha seja por hostilidade ou por inacessibilidade dos militares. Para isso, o P-121 APA treina constantemente as operações aéreas e mantêm à postos militares responsáveis por essas operações. Além disso o navio conta com um sistema de abastecimento de aeronaves, e atualmente possui 3 aeronaves homologadas para operações em seu convoo: O IH-6B Jet Ranger, o UH-12/13 e o AH-11A Super Lynx.
Após o Grupo de Visita e Inspeção verificar que tudo estava em conformidade a bordo do petroleiro “NEUSA”, os militares retornaram ao P-121 APA. E assim foi realizada com sucesso mais uma dentre as centenas de abordagens que ocorrem durante a Operação Amazônia Azul, e dentre as inúmeras que são feitas diariamente pela Marinha do Brasil em toda a costa brasileira, nos rios e nas lagoas independente de ter a Operação Amazônia Azul em curso ou não.
O Navio-Patrulha P-121 APA tem participado ativamente da Operação desde o primeiro dia, com patrulhas realizadas na região da Marambaia, e em apoio a uma simulação de retomada de plataforma na Bacia de Campos. Seu irmão, o Navio-Patrulha P-120 Amazonas, também tem participado e juntos com um Rebocador de Alto-Mar, um Aviso de Patrulha e as embarcações da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, tem cumprido a parte do exercício que compreende a área de responsabilidade do Comando do 1º Distrito Naval, em um grupo denominado Grupo Tarefa Sudeste.
Ao todo, a Operação Amazônia Azul representa o maior emprego de meios e tropas já realizado pela Marinha do Brasil, com 15 mil militares, 50 navios, 10 aeronaves e 200 embarcações por todo o litoral brasileiro e águas interiores.
A importância desta operação pode ser traduzida em uma declaração do Comandante Thales, quando afirmou que “a linha que delimita nossa jurisdição sobre o mar é imaginária, e só a nossa presença, a presença da Marinha do Brasil, é que vai permitir que ela se concretize”.
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