De Caxias do Sul – RS
O Vice-Presidente nigeriano, Namadi Sambo, manifestou interesse em adquirir o Super Tucano durante um encontro com o seu homólogo brasileiro, Michel Temer, no início desta semana. Sambo e Temer mantiveram conversações sobre as relações bilaterais entre a Nigéria e o Brasil, e anunciaram a criação de grupos de trabalho em segurança e defesa, entre outras áreas. Um acordo sobre a partilha de informações, nomeadamente sobre crimes relacionados com o narcotráfico, será assinado em breve. As duas partes também discutiram a possibilidade de repatriação de 377 nigerianos presos no Brasil. Brasil e Nigéria também discutiram outras possibilidades de cooperação em áreas como comércio, agricultura, mineração, cultura e energia. O comércio entre a Nigéria e o Brasil cresceu de $1,6 bilhões de dólares em 2002 para $9,1 bilhões no ano passado, disse Temer.
Brasil e Nigéria mantêm boas relações no âmbito da defesa – por exemplo, em setembro de 2012 o navio de patrulha oceânica (NaPaOc) P120 Amazonas da Marinha do Brasil visitou a Nigéria e realizou treinamento com pessoal e navios nigerianos. No início deste novo ano o NaPaOc P122 Araguari visitou a Nigéria em sua viagem do Reino Unido ao Brasil. Foram também visitados Cabo Verde, Camarões, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial.
A Nigéria tem necessidade de uma aeronave como o Super Tucano, uma vez que enfrenta grupos insurgentes como o Boko Haram e também para operações de paz em países estrangeiros. O país deverá aumentar consideravelmente os investimentos em defesa ao longo dos próximos anos, e de acordo com um recente relatório, o mercado de defesa nigeriano vai passar de 2,3 bilhões dólares este ano para 4,4 bilhões até 2018.
A pirataria e o contrabando de petróleo no Golfo da Guiné e a contribuição para as operações de paz devem impulsionar os gastos militares do país, registrando uma taxa de crescimento de 13,62% ao longo dos próximos cinco anos. A insurgência do grupo radical Boko Haram também leva a Nigéria a aumentar seus investimentos em defesa e segurança. O crescimento das despesas militares será assistido por um crescimento econômico estável ao longo do período previsto para o país, que terá um aumento dos investimentos de defesa de 0,8% do PIB em 2013 para 1,1% em 2018, segundo o relatório.
“A crescente ameaça do Boko Haram e de outros grupos extremistas em estados do Nordeste, e o tráfico de drogas são fatores que conduzirão os investimentos do governo nigeriano na segurança interna durante o período previsto. Esperamos que o desenvolvimento da infra-estrutura e a modernização das forças de segurança sejam áreas principais de investimento por parte do governo “, observou o relatório. Podemos esperar compras de equipamentos militares como helicópteros navais, caças, navios de patrulha e veículos blindados durante os próximos cinco anos, principalmente de fornecedores estrangeiros.
Super Tucanos africanos
A Embraer registrou um grande número de pedidos do seu Super Tucano de países africanos, que o veem como uma aeronave de ataque leve de baixo custo que também pode ser usado como treinador. No continente, o Super Tucano já é operado por Angola, Burkina Faso, Mauritânia e Senegal. A Embraer também está otimista sobre encomendas futuras para a África.
Angola recebeu oficialmente seus três primeiros do pedido total de seis Super Tucanos em julho deste ano, e está usando-os para vigilância, ataque leve e treinamento de pilotos. Burkina Faso foi o primeiro país Africano a receber o Super Tucano, recebendo três aeronaves em setembro de 2011 para missões de patrulha de fronteira. Em outubro do ano passado a Mauritânia recebeu sua primeira aeronave, com sensores para tarefas de vigilância, embora também sejam utilizados para missões de contra-insurgência (COIN). Em abril, Senegal comprou três A-29 Super Tucanos, bem como um sistema para treinamento de pilotos e mecânicos. A aeronave será utilizada para vigilância das fronteiras e segurança interna.
Mais de uma dúzia de clientes globais adquiriu o A-29 Super Tucano. A frota ultrapassou 180000 horas de vôo e 28000 horas de combate, de acordo com a Embraer. O A-29 Super Tucano é capaz de executar uma ampla gama de missões, que incluem ataque leve, vigilância aérea e interceptação, e contra-insurgência. O Super Tucano está equipado com uma variedade de sensores e equipamentos, incluindo sistemas eletro-ópticos/infravermelhos com designador laser, óculos de visão noturna, comunicações seguras e pacote de enlace de dados. O armamento compreende uma metralhadora calibre .50 em cada asa, com cinco pontos duros (Hardpoints), e pode transportar uma carga externa máxima de 1550 kg. As opções de armas incluem casulos de armas, bombas, foguetes, e mísseis ar-ar.
Portal Defesa
já é hora do brasil utilizar um missil anti-taque no ALX pois aumentaria consideravelmente a sua utilidade anti-blindados visando um mercado ainda mais promissor
Muito bom este sucesso africano do Super Tucano pois a aeronave cai como uma luva para a região com seu baixo custo e possibilidade de poder operar em pistas rústicas.
O único "senão" de uma frota tão grande na África é um aumento nas chances de ocorrer um combate-aéreo entre Super Tucanos dentro duma disputa fronteiriça ou um conflito localizado.
Uma perspectiva inusitada pois usualmente no mercado militar de aeronaves a venda para um país NORMALMENTE significa que os países fronteiriços procuram não operar a mesma aeronave por segurança. No caso do Super Tucano Mauritânia e Senegal são operadores e fazem fronteira um sinal claro que no momento ainda não há alternativa para o ST.