EUA aprova venda de fragatas a Taiwan

Published on: 21/12/2014

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Do Rio de Janeiro

O Congresso Norte Americano aprovou na semana passada a transferência de 6 fragatas da Classe Oliver Hazard Perry para dois países interessados, México e Taiwan.

As transferências envolveriam os navios FFG-38 USS Curts (Construído em 1982 e descomissionado em 2013) e FFG-41 USS McClusky (construído em 1982 e deverá ser descomissionado em Janeiro de 2015)para a Marinha do México, e os navios FFG-50 USS Taylor (1983 – Maio de 2015), FFG-51 USS Gary (1983 – Agosto de 2015), FFG-52 USS Carr (1983 – 2013) e o FFG-55 USS Elrod (1984 – Janeiro de 2015) para a Marinha de Taiwan.

Esses últimos quatro navios estão no centro do mais novo desconforto diplomático entre os Estados Unidos e a China. A liberação por parte do Governo Norte Americano em transferir tais navios para Taiwan iria de encontro a acordos feitos entre os EUA e a China, onde em um desses acordos, assinado em Agosto de 1982, os EUA teriam se comprometido a diminuir gradativamente a venda de equipamentos militares à Taiwan.

Taiwan é uma ilha na costa leste da China, e quem vem sendo alvo de disputa desde 1949 quando uma guerra civil entre dois partidos culminou no estabelecimento de Pequim como capital da China comunista e continental e de Taipei, na Ilha de Taiwan, como capital da República da China, separando os territórios como dois países diferentes, mas que devido a interesses políticos e econômicos alguns consideram Taiwan parte da China comunista, e outros consideram a China comunista como parte do governo de Taiwan, porém temporariamente sob controle do Partido Comunista.

Essa disputa interna acaba sendo influenciada por relações externas de ambos os países, principalmente no que diz respeito a venda de armas, já que armar Taiwan pode ser considerado uma ameaça e interferência em assuntos internos pela China comunista. E é exatamente isso que está acontecendo.

O Governo de Taiwan, por meio do porta-voz do Ministério da Defesa, David Lo, já afirmou que possui orçamento liberado no valor de US$ 176 Milhões para a compra de duas das quatro fragatas disponibilizadas, sem nenhuma modernização, no regime chamado de “Hot Transfer” que é quando a US Navy retira apenas os equipamentos sensíveis e que não podem ser exportados, e o navio já é assumido pelos militares do país comprador.

Não é descartado, porém, a revisão das necessidades da Marinha de Taiwan para que seja analisada a possibilidade da liberação de recursos extras para a aquisição das outras duas fragatas.

A Marinha de Taiwan já opera fragatas da Classe Oliver H. Perry, 8 no total, construídas entre 1993 e 2004 em estaleiros no próprio país, e talvez por isso a venda de mais quatro navios cause certa confusão por dar margem para dois pontos de vista completamente opostos. Já que se um país dispõe de 8 navios de uma certa classe, fornecer mais quatro não representa um grande aumento de capacidade frente a um vizinho como a China. Porém também pode-se considerar que um país do tamanho de Taiwan com 8 navios dessa Classe já configura uma força naval considerável, e armar com mais 4,ou seja, mais a metade da capacidade atual, é extrapolar essa força.

O fato é que o Governo de Taiwan já declarou que vai adquirir ao menos os dois navios planejados, independente da opinião da China comunista, e ao que tudo indica os EUA vão vender esses e outros navios à Taiwan, também independente da opinião da China comunista.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Qin Gang, declarou que “a oferta viola seriamente os três principais acordos entre a China e os EUA, especialmente o comprometimento assinado pelos EUA no dia 17 de Agosto (de 1982).”

E acrescentou que “isso interfere brutalmente nos assuntos internos da China e em seus interesses de segurança, e vai de encontro com as pacíficas relações criadas pelo Estreito de Taiwan.” – “A China expressa forte descontentamento e firme oposição a essa venda, e já apresentamos protestos tanto nas representações dos EUA em Pequim como em Washington. Nós nos reservamos o direito de tomar futuras ações”.

Portal Defesa

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