Por: César A. Ferreira
A Rússia deu a partida para o início concreto do projeto de helicóptero de alta velocidade “Rachel”, de responsabilidade do Bureau Mil (homenagem ao construtor Mikhail Mil), que será o substituto da consagrada família de helicópteros Mi-8/17. O projeto havia sido apresentado no Salão Aeroespacial “Farnborough-2012”, todavia apenas na forma preliminar. O Vice-Ministro do Comércio e Indústria da Federação Russa, Sr. Yuri Slusar, declarou que o aporte ao projeto será da ordem de 233 milhões de dólares e que o mesmo será desenvolvido em duas etapas, onde na primeira será realizada uma versão comercial básica, que terá um desempenho próximo dos 350 km/h, e a segunda etapa, que contará com elementos aerodinâmicos arrojados especialmente concebidos, os quais deverão proporcionar velocidade equivalente a 450 km/h.
Projeto Rachel visto em perfil. Imagem: Russian Helicopters.
Apesar de a velocidade ser um objetivo declarado, o foco do projeto será o custo, tanto da máquina em relação a sua futura operação pelos clientes, como o desenvolvimento da mesma. As versões deverão atender os mercados militar e civil, focado no transporte de carga, passageiros (24), busca e salvamento, além de versões de patrulha e evacuação aeromédica. A velocidade é tida como essencial para o futuro das versões militares, dado o fato que os especialistas russos acreditam que as exigências previstas para os campos de batalha futuros forçosamente selecionará este quesito nos helicópteros militares multifuncionais.
Previsto para suceder uma família de helicópteros médios de grande sucesso comercial (Mi-8/Mi-17), o projeto Rachel deverá ter a sua massa estipulada entre 10 e 12 toneladas, e o seu grupo propulsor será novo, com o desenvolvimento entregue ao Bureau Klimov. O projeto prevê adoção de pás avançadas dotadas nas pontas de prolongamentos equivalentes àquelas do programa BERP (British Experimental Rotor Program), cuja aparência se assemelha a pá de remos. Tais pontas possuem como função, o fornecimento de pequenos momentos de arfagem para atrasar a formação de ondas de choque em altos valores de velocidade à frente. Além dos motores e pás, o cubo do rotor também será novo, restando saber se rígido, semi-rígido ou articulado. Dado o fato de que o helicóptero estará voltado ao mercado civil, este redator acredita na opção pelo cubo rígido.
A aeronave deverá contar com aviônicos novos, nos estilo “Glass Cockpit”, estes de responsabilidade da empresa Retechn, além de elementos aerodinâmicos inovadores, bem como de materiais compostos em sua célula. O prazo de desenvolvimento anunciado prevê o primeiro protótipo para 2015, a versão comercial para 2020 e a versão com elementos aerodinâmicos inovadores para 2025/2030. A expectativa da Russian Helicopters é o de manter com o projeto “Rachel” o sucesso comercial conquistado com a família Mi-8/Mi-17 e tê-lo como uma referência mundial em termos de helicóptero.
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