Sniper – A Morte Invisível

Published on: 10/11/2013

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HISTÓRIAS E LENDAS

Comumente se atribui o aparecimento do sniper a militares britânicos que conseguiam acertar constantemente pequenos e ágeis pássaros chamados Snipe (daí o termo) com seus fuzis. O nome de fato deve ter saído deste esporte/distração. Apenas o nome. Na realidade homens com estas características e mais afetos ao verdadeiro significado militar do termo remontam a tempos muito mais distantes. Para ficar em poucos casos, podemos citar o Atirador Solitário (Lone Marksman) de Kentucky, na guerra de libertação americana, que distraiu e desmoralizou uma poderosa força inglesa (veterana das guerras napoleônicas) que avançava sobre as suas próprias. Alguns pequenos excertos do relato de um oficial britânico participante da batalha, em tradução livre e sintética:

“Marchamos diretamente para as linhas americanas. Podíamos ver seus fuzis e canhões, bocas escancaradas em nossa direção. Mas a figura que nos atraía era a de um homem alto, parado, chapéu de abas largas quase a lhe encobrir completamente as feições, com um fuzil na mão. Então, ele afastou a aba de seus olhos e nos encarou fixamente. Os canhões dispararam sobre nós, causando horrendos estragos. Ele pareceu não ouvir os estrondos. Então ergueu sua arma. A quem de nós visava? Mas a distância era tão grande que apenas olhamos uns para os outros e sorrimos.

Vimos o clarão do disparo. O companheiro a meu lado despencou da sela. Então o homem recarregou sua arma e, instantes após, novamente nos fixou com seu olhar penetrante, como um caçador em busca de outra vítima. Finalmente, ergueu seu fuzil. Desta vez nenhum de nós sorriu, apenas olhamos furtivamente uns para os outros, para ver quem iria morrer a seguir. Vimos novo clarão da arma e mais um tombou. Havia algo mais aterrador nesta marcha para a morte certa; canhões e mosquetes atiravam em nossa direção mas nem ligávamos, pois sempre havia a chance de errarem, o que era até comum. Já havíamos marchado contra forças muito mais arrasadoras sem qualquer temor mas saber que a cada vez que aquele fuzil fosse erguido e víssemos o clarão de seu disparo mais de um de nós infalivelmente morreria, isso sim, era aterrorizante. Eu não conseguia ver mais nada além daquela figura fantasmagórica, que parecia crescer como um enorme espírito da morte.

Novamente ele ergueu o fuzil e disparou, e de novo e de novo, e a cada vez um de nós tombava da sela (*) para nunca mais se erguer. Foi um indescritível prazer quando nos aproximamos das linhas americanas e fomos engolfados pelas nuvens sulfurosas dos disparos de muitas armas, que espantaram aquele caçador espectral de nossas vistas.

Nós perdemos a batalha e, para mim, o Atirador do Kentucky contribuiu mais do que qualquer coisa para a nossa derrota. Ele nos distraiu de nossa missão de tal modo que, ao sermos envolvidos pela fumaça, não conseguimos recompor nossas forças nem restaurar ordem suficiente para ainda efetuar um ataque ou manobra com alguma chance de sucesso.”

Temos aí o exemplo do que um atirador que não erra pode causar à moral de uma tropa, mesmo como a citada, de autênticos veteranos. O Atirador Solitário, em termos atuais, estaria mais para um Designated Marksman do que para um verdadeiro Sniper, como veremos a seguir, mas a dramática diferença que homens assim fazem em um TO (Teatro de Operações) resta candentemente demonstrada. Um soldado em batalha espera por fuzilaria pesada e artilharia sobre si, acreditando que pode escapar. Porém, defrontando-se com alguém que, a cada disparo, abate um dos seus, dificilmente consegue se manter calmo e focado na missão. “Quem será o próximo? Este? Aquele? Eu? Alguém por certo será…”

Ainda na guerra de independência dos EUA, chegou-se ao ponto de os oficiais ingleses dissimularem suas insígnias e medalhas de que tanto se envaideciam, pois nunca faltava um atirador solitário com um longo rifle de alma raiada e olhos de águia à espreita de um alvo apetitoso.

Mas poderíamos retroceder ainda mais no tempo, chegando aos famosos Longbowmen ingleses que fizeram toda a diferença em batalhas como Crécy, Aljubarrota e Agincourt. Nesta última um pequeno grupo destes temíveis arqueiros, selecionados especialmente por sua perícia no tiro e capacidade de se aproximar dissimuladamente do inimigo, atingiu alguns franceses mantendo-se fora do alcance de seus besteiros e fugiu em seguida, causando fúria e confusão, assim desencadeando o catastrófico ataque prematuro da cavalaria francesa, para glória de Henrique V e humilhação da França, ao perder uma batalha praticamente impossível de não ser ganha.

Poderíamos falar sobre os temíveis besteiros venezianos, terror dos generais muçulmanos. Dos infalíveis arqueiros mongóis. Poderíamos mesmo invocar lendas como a de Guilherme Tell ou a de Páris de Esparta, a quem coube atingir com uma seta envenenada a única parte vulnerável da impenetrável armadura do herói Aquiles: o calcanhar. Mesmo ao Davi dos tempos bíblicos, com sua prosaica funda, que abateu o gigante Golias e com isso arrasou a moral dos Filisteus, ao mesmo tempo elevando ao ápice a dos Hebreus que, tomados de euforia, subjugaram o inimigo mais poderoso. Todos, sem exceção, pertencem à mesma confraria, a dos homens capazes de, mantendo-se fora do alcance do inimigo e mesmo muitas vezes de sua vista, atingi-lo com suas armas e levá-lo à catástrofe, pois os efeitos de sua ação vão sempre muito além de um simples disparo. Eles têm em si o poder de mudar o curso dos acontecimentos num combate…

Muito se fala e escreve em português sobre snipers, histórias, feitos e armas mas informações mais aprofundadas sobre seus equipamentos, tipos, técnicas e táticas raramente são discutidos. É o escopo desta série de artigos. Começaremos com a definição de sniper puro, que pode ser dividido em duas categorias básicas:

1) O sniper militar, cuja função primordial é abater líderes inimigos, operadores de metralhadoras e outros alvos valiosos no TO com um consumo mínimo de munição. É daí que vem o famoso termo anglo-saxônico “one shot, one kill’ (um tiro, uma morte). As distâncias de abate variam desde longos até curtos alcances, estes geralmente com o uso de armas dotadas de supressor/silenciador, termo inexato por não suprimirem totalmente o ruído do disparo (silenciá-lo/suprimi-lo), apenas o reduzem. O nome mais correto seria redutores/moderadores de som e que também reduzem o recuo e clarão/fumo do disparo. Uma função não menos importante seria a coleta de dados de inteligência humana (HUMINT), bem como gerar intranquilidade entre a força inimiga, que se vê alvejada sem poder localizar quem está atirando e de onde, o que deteriora a moral da tropa-alvo.

2) O sniper policial (e o anti-terrorista, que inclusive pode ser militar), cujas missões são mais complexas que a dos seus congêneres militares, bem como seus fuzis. Um operador policial atua muitas vezes – na maioria, para ser exato – em situações com reféns, devendo abater seu alvo sem danos colaterais e neutralizá-lo imediatamente. Também é valiosa fonte de HUMINT.

Há ainda dois tipos de atiradores que poderiam ser citados, já que, mesmo não sendo o escopo deste artigo, serão também abordados, incluindo alguns subtipos, em partes ulteriores:

– O Designated Marksman que – ao contrário do Sniper, que opera isolado com seu Spotter e persegue um objetivo específico – segue como parte de uma determinada unidade e lhe provê, além de HUMINT, fogo supressivo com maior precisão e alcance. Não tem o mesmo treinamento ou a expertise do sniper nem o equipamento especializado, utilizando na maioria das vezes armas semiauto similares ou mesmo idênticas às da sua unidade, apenas customizadas para a sua missão, com lunetas, bipé, etc.

– O sniper civil ou insurgente (franco-atirador), que enfrenta unidades militares/policiais com o armamento de que dispõe. Muitos têm sido detectados operando no Iraque e Afeganistão, com uso desde armas militares/policiais modernas, esportivas e de caça até antigos fuzis como o britânico Lee-Enfield SMLE em .303 com mira aberta, desenvolvido no fim do século XIX e fartamente distribuído pelos EUA (Black Ops) aos afegãos à época da invasão soviética, além dos muitos que já haviam em função da anterior ocupação britânica. Neste último caso foi recentemente reportado o abate de dois soldados britânicos com um único disparo a curta distância (o disparo transfixou a cabeça do primeiro soldado e atingiu o pescoço do segundo), sendo o atirador descrito como um homem idoso e que se desloca com uma simples bicicleta. Munição e estojos para este tipo de arma encontrados datavam do início dos anos 40.

A diferença entre os dois profissionais inicialmente citados é imensa, e citaremos apenas algumas das mais comuns:

– O sniper militar deve percorrer longas distâncias a pé com sua arma e eventualmente passar vários dias em situações de campo. Seu fuzil então deve ser leve e extremamente robusto, além de apresentar grande facilidade de manutenção em ambiente rústico. Geralmente usa armas de ação manual de ferrolho e, após o disparo/abate, deve se deslocar sem ejetar o estojo vazio, pois seu brilho ao sol pode denunciar sua posição. Atiradores vietcongs eram costumeiramente localizados assim.

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Sniper do USMC em treinamento com fuzil M40 e o indispensável Spotter (foto USMC).

– O sniper policial geralmente se desloca em viatura (VTR) para a área onde irá atuar, precisando apenas localizar uma posição de tiro ideal e mover-se até ela com sua arma. O fuzil pode ser bem mais complexo e pesado (o fuzil semiautomático H&K PSG-1 é um exemplo, seu peso pode chegar a 10 kg, o que é o dobro ou mais de vários fuzis militares e seu mecanismo é muito mais complexo que um modelo militar) pois o deslocamento será curto e, ao chegar ao ponto escolhido, a arma será simplesmente posicionada em seu bipé/tripé até a necessidade do disparo. A manutenção é feita na fábrica ou própria unidade policial. Normalmente não tem nenhuma necessidade de se deslocar defensivamente após o disparo nem qualquer preocupação com o brilho do estojo ejetado.

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Sniper policial com fuzil PSG-1A1 (foto Heckler & Koch).

– Outra diferença entre ambos é que, para o militar, um alvo ferido equivale na maioria das vezes a um alvo morto, já que não terá condições de contra-atacar e ainda precisará de cuidados por parte de companheiros, o que provavelmente trará mais alvos para seu retículo de mira (exemplos disso podem ser vistos em filmes como “O Resgate do Soldado Ryan” e “Nascido para Matar”, onde o atirador apenas fere seu alvo e, no afã de recuperá-lo, outros soldados de sua unidade se expõem) ou de algum outro companheiro posicionado na área.

– Já o sniper policial deve necessariamente colocar o alvo fora de combate de imediato, por morte ou incapacitação total: um marginal/terrorista apenas ferido pode se vingar matando o(s) refém(ns), o que tornará a ação policial um fracasso. Outro cuidado que o policial deve ter (e o militar não) é com a potência da munição em relação à posição do criminoso/terrorista e o(s) refém(ns): mesmo atingindo o alvo a munição pode transfixá-lo e atingir uma vítima (isso aconteceu no Rio de Janeiro, quando o sniper atingiu o criminoso mortalmente mas o projétil seguiu adiante e matou também a refém, uma professora. A mídia não perdoa e o erro recai – como recaiu – sobre toda a corporação). Um militar no campo não tem esse problema, basta-lhe atingir seu alvo e passar ao seguinte ou, mais prudentemente, mudar de posição antes de novo disparo. Notar que nos filmes citados acima ambos os atiradores acabaram sendo localizados e abatidos por não mudarem sua posição (no primeiro caso um sniper alemão sem seu spotter e no segundo uma franco-atiradora vietnamita).

N.A. – A menção a filmes visa auxiliar o leitor a visualizar o drama de estar sob fogo sem saber de onde ele provém e a sensação horrível de ver companheiros sendo atingidos pelo matador invisível sem nada poder fazer.

Assim, fuzis militares são mais simples e leves que os policiais. “Almofadas” reguláveis para a face do atirador, coronhas e gatilhos reguláveis são itens mais apropriados para ações policiais e antiterror do que para o uso normal militar, por aumentarem o peso e a complexidade da arma. Outra característica notável é que muitos fuzis sniper civis e militares não são mais do que fuzis de caça (por exemplo, o Remington 700) e esportivos (Blaser R93 Tactical) ou mesmo armas militares fora da primeira linha (como o H&K G3) devidamente adaptados à função que deve ser exercida.

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Um item importantíssimo ao sniper é sua ‘ghillie suit, que melhor mescla sua silhueta (e do seu fuzil) com o ambiente. Neste caso, o caçador brasileiro não camuflou seu AGLC.

Os fuzis sniper podem ser divididos em três grupos, dois deles já citados acima:

1 – Sniper militares normais, geralmente no calibre 7,62 x 51 match mas podendo chegar a calibres maiores, como o .300 Winchester Magnum e o .338 Lapua Magnum. De qualquer modo, são armas prioritariamente para uso antipessoal. Uma curiosidade: fuzis deste tipo podem ser subdivididos em SNIPER propriamente dito, geralmente usando ação manual de ferrolho, e o chamado DMR (Designated Marksman Rifle), usado por atiradores em nível pelotão e que normalmente usam ação semiauto.

2 – Sniper policiais, em grande variedade de calibres, dependendo da preferência do atirador, missão e tipos de armas e munições disponibilizados pela corporação.

3 – Sniper para operações especiais, que se subdividem em FUZIS DE GRANDE CALIBRE, para atingir alvos a distâncias bem maiores que as usuais ao 7,62, tipicamente acima de 1500 m. Usualmente são em .50BMG (embora existam modelos em até 20 mm, como o enorme Mechem NTW-20 sul-africano), calibre que recentemente começou a ser desenvolvido para versões match. São principalmente usados como armas antimaterial, podendo danificar estações de radar, comunicações, veículos com blindagem leve ou desprovidos dela – um único disparo certeiro pode inutilizar o motor, por exemplo – e mesmo aeronaves estacionadas. Não que seu uso não possa ser estendido a alvos humanos, o que tem ocorrido com certa frequência, como no caso do sniper canadense que, em 2003, abateu um insurgente talibã a cerca de 2.430 m de distância com um fuzil McMillan .50.

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Fuzil de grande calibre (.50) Barret M-107A1, versão mais moderna deste modelo (foto Barret).

Há também os FUZIS SILENCIADOS, que usam munições subsônicas e supressores/moderadores fixos ou removíveis. Testes revelaram que armas assim podem passar despercebidas à noite em distâncias entre 100 e 200 m e durante o dia, no ruído normal urbano, podem disparar a até 30 m sem serem detectadas. Outra vantagem do supressor/moderador é que funciona como um eficiente freio de boca, reduzindo o recuo e elevação da arma, o que possibilita recuperação mais rápida da visada e, se necessário, novo disparo. Notar que essa descoberta resultou em vários fuzis sniper (principalmente o do Designated Marksman) usando munição supersônica e silenciador, que pouco faz para reduzir o ruído do disparo mas reduz consideravelmente o recuo e elevação da arma, acelerando a cadência de disparos precisos. Snipers também usam esse recurso, que reduz significativamente a fumaça e clarão do disparo. Um sniper argentino foi detectado assim por um militar britânico na guerra das Falklands/Malvinas, que casualmente olhava em sua direção quando viu o clarão e o fumo.

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Fuzil silenciado VSS ‘Vintorez’ (Foto Tsniitochmash).

Um fuzil sniper é avaliado em sua precisão segundo o método MOA.

MINUTO DE ÂNGULO

Comecemos pela expressão mais correta, que é MINUTO DE ARCO, que é uma medida angular equivalente a 1/60 de grau. Esse termo é usado em astronomia, cartografia, navegação, armas, etc. Até mesmo a Oftalmologia emprega esse conhecimento na medição da precisão da visão, sendo 20/20 a considerada normal. Quem nunca fez aquele teste com letras que vão diminuindo de cima para baixo? É a famosa Carta de Snellin, que separa as letras em exatamente um minuto de arco…

Mas atiradores, fabricantes de armas e a literatura são mais familiarizados com as medidas imperiais (britânicas) e preferem o termo MINUTO DE ÂNGULO (Minute Of Angle = MOA), que equivale a um agrupamento (3 a 5 disparos) de uma polegada (2,54 cm) entre os impactos mais distantes entre si a cem jardas (91,44 m). Assim, um fuzil de 1 MOA deve ser capaz de agrupar seus disparos a essa distância e dentro de uma polegada, em condições ideais (vento zero, munição match(**), cano limpo e estativa, que é um dispositivo que imobiliza completamente a arma, embora haja atiradores que prefiram sacos de areia ou mesmo simplesmente o bipé da arma, já que a estativa praticamente elimina o elemento humano da equação, sendo seu papel apenas fixar o fuzil após ajustar a mira e disparar, ficando a arma imóvel). A 200 jardas deve ser capaz de 2 MOA e assim por diante. Para quem utiliza o sistema métrico decimal, como nós, um MOA equivale a um agrupamento de 2,908 cm a 100m.

Os fuzis chamados sub-MOA devem agrupar em menos de uma polegada a cem jardas. Por exemplo, o norteamericano de ação manual de ferrolho M-24 é suposto agrupar em 0,8 MOA ou menos, sendo cada unidade recebida testada antes da distribuição à tropa. Se exceder 0,8 é rejeitada. Outro exemplo é o também norteamericano M110 (versão para o US Army do SR-25), de ação semiautomática, que deve agrupar os disparos em 0,5 MOA (meia polegada ou 12,7 mm). A 200 jardas ele deve ser capaz de agrupar em 1 MOA. Como parâmetro de precisão, podemos citar o fuzil que ilustra o início deste artigo, o ORSIS T-5000 (foto da fábrica), descrito como rotineiramente agrupando em 0,5 MOA a distâncias de 300 m.

CURIOSIDADES 1 – IMBEL AGLC – O Brasil fabrica seu primeiro fuzil sniper

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Imbel AGLC .308 (foto Imbel)

É um fuzil sniper militar de aç&

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