Bofors 40 MK4 na Marinha do Brasil

Publicado em: 06/08/2014

Categoria: DESTAQUES

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Do Rio de Janeiro

No último dia 3 de agosto, em frente à Praia de Copacabana, o Navio-Patrulha P-45 Guaporé, Classe Grajaú, navegava com tranqüilidade sem chamar a atenção da maioria das pessoas que ali estavam curtindo o sol de domingo.

Porém a cena, comum a todos que moram no Rio de Janeiro devido à maciça presença da Marinha do Brasil no estado, não era nada corriqueira por um detalhe capturado pelas lentes do nosso Editor de Mídias Gerson de Oliveira Victorio. Um moderníssimo canhão Bofors 40 MK4 na proa da embarcação!

P-45 Guaporé com canhão Bofors/BAE Systems 40 MK4 – Foto: Gerson Victorio

O P-45 Guaporé teve seu canhão original, um Bofors L/70 40mm instalado desde 1995, substituído por um novíssimo canhão Bofors 40 MK4, com sistema de acionamento elétrico, baixo peso, e capacidade para utilizar diferentes tipos de munições, incluindo a moderna munição programável 3P.

NPa P-45 Guaporé com seu canhão original, um Bofors L/70 40mm – Foto: Vladimir Knyaz

O sistema de acionamento elétrico do MK4 proporciona uma reposta muito mais rápida do canhão, podendo passar do estágio de alarme para os disparos em incrível meio segundo. A substituição do sistema de movimento hidráulico por elétrico garante também um peso de 2,500 toneladas, 1,2 tonelada a menos que a versão anterior MK3.

 

 Dimensões do canhão Bofors/BAE Systems 40 MK4 – Image: BAE Systems

O canhão é operado remotamente, mas possui como back-up a opção de ser controlado “in-loco” em uma estação estabilizada. Tem um alcance máximo de 12,500m, cadência de 300 tiros por minuto, câmera integrada, capacidade interna para 100 cartuchos, e vida útil do cano de 5.000 disparos.

A moderna munição programável 3P (Prefragmented, Programmable and Proximity-fuze) utilizada pela arma possui 6 modos de detonação:

  • Tempo e proximidade
  • Tempo e proximidade com prioridade para Impacto
  • Proximidade contínua
  • Tempo
  • Impacto
  • Impacto anti-blindagem

Qualquer um dos 6 modos pode ser programado no momento do disparo, sendo feito de acordo com o alvo a ser atacado considerando sua velocidade e distância. Cada projétil possui 1.100 fragmentos de tungstênio, capaz de perfurar 18mm de duralumínio.

Veja detalhes do projétil 3P no vídeo abaixo:

 O canhão Bofors 40 MK4 teve seu desenvolvimento concluído no final de 2012 e ainda não possui clientes. Não se sabe se o canhão instalado no P-45 Guaporé significa que a Marinha do Brasil será a primeira a adotar a arma, porem as fotos exclusivas do Portal Defesa parecem sugerir que ao menos o canhão está em avaliação pela força.

 

Portal Defesa

8 Responses to Bofors 40 MK4 na Marinha do Brasil

  1. leonardojm disse:

    É uma grande honra ter um artigo do PD elogiado pelo mestre Caiafa. Muito obrigado!

  2. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Agradeço em nome da equipe, Amigo Caiafa. Como expoente que és, nem é elogio, é MEDALHA! Muito obrigado!

  3. Roberto Caiafa disse:

    Jornalista ligado no seu trabalho é isso! Belíssimo furo de reportagem! Estamos repercutindo internacionalmente, inclusive.

    Parabéns. Isso é jornalismo especializado TOP!

  4. Gilberto Rezende - rio Grande/RS disse:

    A notícia repercutiu (sem crédito, noutro site):

    http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=44519

    Lá eles afirmam que:

    "O navio está em fase de testes de aceitação da nova arma."

    Como se fosse um programa de atualização da classe pela deficiência do canhão antigo.

    Além do que o bichinho anterior era cabeçudo e HORROROSO de feio. 🙂

  5. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Não sabemos ainda, caro Gilberto, se a MB está testando a torre para sanar uma conhecida deficiência das Grajaú com o modelo antigo, que era a imprecisão do fogo em determinados estados de mar (a Mk 4 tem excelente sistema de giroestabilização) o que, resultando em sensível melhora na precisão, poderia levar à incorporação da nova torre nas demais belonaves da classe, ou se o Guaporé está apenas servindo como testbed para outra classe ou mesmo para a própria Bofors. Aguardamos maiores esclarecimentos da MB. Quanto à munição, lembremos que, décadas atrás, quando julgou necessário, a nossa Armada nacionalizou a espoleta VT (Variable Time), à época um grande salto tecnológico. A munição 40 já era então produzida no Brasil. Assim, se houver interesse na torre e em sua peça., a questão da munição é de somenos, creio…

  6. Gilberto Rezende-Rio Grande/RS disse:

    Caramba Túlio com este canhão e esta munição 3P os Classe Grajaú iriam para um patamar impressionante de poder de fogo e versatilidade emprego !!!

    Mesmo um simples navio patrulha poderia por em PÂNICO até uma larga tropa em terra…

    E até se defender eficazmente de helicópteros e aeronaves !

    Que baita pacote sueco…

    Agora difícil será nacionalizar esta munição, a MB não gosta muito de munição que ela não possa fabricar…

  7. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Este pedido, além de outros por meios diversos, foi atendido; a pergunta foi feita.

    Aguardemos.

  8. Gilberto Rezende-Rio Grande/RS disse:

    Parabéns pelo atento furo de reportagem…

    Que tal fazer um daqueles questionamentos direto a Assessoria de Imprensa da MB em Brasília pedindo esclarecimentos ???

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