UPDATE – Fuzil de Assalto IMBEL IA-2 5,56 mm

Publicado em: 14/05/2014

Categoria: DESTAQUES

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Estivemos em fins do ano passado em OM do EB, localizada na cidade de Santa Maria, RS, nacionalmente conhecida com a Capital dos Blindados e da Simulação. Merecidamente, a propósito. Planejamos a estadia para ser curta, já que tínhamos apenas uma matéria na pauta, sobre a VBTP Guarani. Sobre o Fz apenas especulações do tipo “será que vão liberar?”. Bem, estamos aprendendo que, com OMs e empresas genuinamente interessadas em cooperar com a Imprensa Especializada, deve-se reservar sempre mais tempo do que o previsto, pois surgem mais matérias (Guarani e Osório, por exemplo), atualmente todas em variadas fases de conclusão, mas ainda vai levar algum tempo para irem ao ar.

Breve Histórico


O desenvolvimento desta arma remonta a décadas, desde os primeiros estudos que levaram ao MD-2, não mais do que um FAL adaptado para disparar munição 5,56 mm; bem mais adiante surgiu o MD-97, que deu ensejo a experiências (não muito bem sucedidas) com o uso de alumínio ao invés de aço, com vistas à redução de peso. Entra então em cena uma primeira versão do IA-2 (Imbel modelo A2), com várias partes baseadas ou idênticas a equivalentes do MD-97 e mesmo do FAL. Não tendo sido aprovado nos mais variados testes, as sugestões emanadas dos relatórios conduziram a aperfeiçoamentos que, por sua vez, trouxeram à luz a versão atual. Ainda tem muito do FAL nas partes e peças mas a palavra de ordem era robustez (que leva a uma mui desejável confiabilidade). A arma que analisamos ainda é de série inicial (numeração 1.343), ou seja, podem surgir modificações em armas realmente de série, como as 22 mil recentemente encomendadas.

A Arma

Como dito acima, há muito FAL no projeto. Para bem e para mal. Por exemplo, o eixo que baliza a dobragem da arma para desmontagem é quase que exatamente igual ao do FAL, inclusive em sua posição na arma (só que o FAL praticamente não tem prolongamento externo protegendo o alojamento para o carregador, o que reduz, no caso do IA-2, o ângulo de dobramento da arma), mas…com duas pequenas e criativas modificações. Não é mais apenas um lado de eixo, já que em sua parte direita há um botão com um importante par de finalidades:

O citado botão, visto logo abaixo do defletor de estojos ejetados: Foto – Autor

1 – Pressionado para baixo com o indicador, ejeta o carregador, sem necessidade de puxá-lo para baixo. É um valioso auxílio tanto no remuniciamento mais rápido quanto na segurança, mantendo o “dedo de atirar” longe do gatilho, o que ajuda a evitar acidentes, eis que, após a arma estar em fase de troca de carregador, o último disparo arma o martelo. Quanto mais longe do gatilho o dedo do Operador estiver, maior a segurança. Ademais, aumenta a velocidade de remuniciamento e retomada das ações de combate, já que, enquanto a mão direita libera o carregador vazio sem desfazer a empunhadura, a esquerda se encarrega de apanhar um carregador cheio e inseri-lo na arma.

2 – Girando-se e pressionando para baixo o dito botão, solta-se o eixo central, facilitando sobremodo a desmontagem em segundo escalão.
Outra “herança” do FAL é a alavanca seletora de regime de fogo, rigorosamente a mesma, com sua famigerada volta de 180º para sair de Intermitente (representado pela letra I – semi-auto) para Automático (representado pela letra A – full-auto) e vice-versa, o que nos parece um exagero, além de um verdadeiro atentado à ergonomia. Haja polegar para mudar de regime, melhor usar a outra mão.

Outra peça (rigorosamente FAL, podendo ser intercambiada sem problemas entre as duas armas) é a cobertura plástica da alavanca de acionamento do ferrolho, no lado esquerdo. Há queixas na tropa sobre sua fragilidade, inclusive uma sugestão de substituí-la por uma peça de borracha de alta resistência ou mesmo polímero. Pelo “feeling” ao manusear, o autor concorda enfaticamente com esta sugestão, agregando que um seletor de regime de tiro com cerca um quarto do curso, ou seja, uns 45º, ajudaria muito na ergonomia.

Ademais, para seu pequeno tamanho, é uma arma relativamente pesada. Nisso o autor discorda um pouco do que ouviu da tropa, tendo conversado a respeito com praças e oficiais, 100% dos quais a consideram levíssima e muito confortável no manuseio. Devemos levar em conta que a maior parte do ano de instrução foi levado a cabo com uso de FAL (o modelo original M964, não o PARAFAL curto). Vamos ver o que dirão os novos Operadores que, cedo ou tarde, sequer terão contato com o FAL e sim apenas com o IA-2. Mas há real desvantagem aí? No geral, um pouco a mais de peso sempre ajuda na estabilidade durante os disparos.

Notemos que a arma tem a maioria de seus componentes em aço (a rigor, tudo o que aparece na cor preta, inclusive o carregador modelo STANAG); o que for verde é polímero. Mas, olhando melhor, o cano é mais espesso que a média (pesado) e a câmara é bem grande (o ferrolho inclusive tranca seus ressaltos em seu amplo interior) e de paredes bastante espessas, o que retarda, por haver muito aço para sobreaquecer, a ocorrência do indesejável e perigoso efeito “cook-off”. Isto, combinado com outras partes do mecanismo, notadamente o longo alojamento do mecanismo de aproveitamento dos gases do disparo, a camisa de alumínio (1) que não apenas isola a mão do Operador do calor dos disparos mas joga lá para a frente e para cima da arma o dito calor (que aparentemente se concentra na região da tomada de gases), é mais um auxílio ao retardamento do “cook-off”. Por fim, há uma peça em “U” à frente da de alumínio (2), feita de material sintético não-nominado e que completa a tarefa de direcionar o calor para a área citada. Notar a foto da arma inteiramente desmontada:

IA-2 inteiramente desmontado (1 º escalão). Foi a primeira foto a chegar à internet: Foto – Autor

(1) Pode-se ver a peça de alumínio na foto acima, é a sexta da direita para a esquerda.

(2) A peça de material sintético “anônimo” é a quinta, ainda da direita para a esquerda.


Aliás, esta evidente preocupação em jogar o calor lá para a frente lembrou ao autor de armas como o HK-416 e o M-27, evolução da supracitada arma para uso do USMC como Fz Mtr. Alguém (o autor apostaria no CTEx) parece ter feito a famosa “lição de casa”. Afora isso, a grande quantidade de trilhos Piccatinny, além de permitir a instalação de todo tipo de acessórios (alguns realmente úteis, como visores de pontaria tipo “dot”, com ou sem magnificação, noturnos e termais) que se vê em armas do gênero, permite uma deliciosa empunhadura pela parte frontal, segurando com firmeza os Piccas laterais e o inferior, particularmente com o uso de luvas de combate, o que o autor imagina que facilite sobremodo a manutenção de sequências rápidas de disparos sem prejuízo da precisão. Só podemos imaginar, porque não houve nem há sequer previsão sobre quando seremos autorizados a disparar. Uma sugestão seria prolongar o trilho inferior, permitindo uma “pega” mais confortável com uso de empunhadura vertical dianteira, um verdadeiro must em determinadas operações. Alternativamente, note-se os orifícios na parte inferior, evindenciando que o trilho inferior pode ser reposicionado mais para trás, o que facilita a instalação de empunhadura vertical dianteira, lança-granadas, etc…


Notar os orifícios para reposicionamento do trilho inferior.


Ainda sobre o uso de luvas de combate, notar o exíguo espaço entre o guarda-mato e a alavanca que libera o carregador. O botão de duplo uso acima citado parece ter sido desenvolvido, neste quesito, com vistas a, além do incremento da rapidez e segurança no remuniciamento, facilitar a retirada do carregador por Operadores usando luvas grossas. Mais uma apresentação sobremodo interessante desta arma.


Outra importante novidade (pelo menos diante do que estamos acostumados a ter) é que a empunhadura tradicionalmente oca agora tem uma tampa, onde ficam guardados equipamentos que auxiliam na desmontagem e limpeza da arma, como podemos ver abaixo:


Fotos – Autor

É sem dúvida mais um facilitador da vida do Operador, tornando desnecessários os estojos de limpeza. Vai tudo dentro da própria arma, ou seja, óleo, escovas e ferramentas. Notar ainda que não há maiores preocupações quanto à ambidextria na operação da arma, o que não chega a ser uma anormalidade ou mesmo problema sério, é apenas questão de adaptação do Operador. Outra modificação (simplificação) em relação ao modelo reprovado do IA-2 é a inteligente forma de dobramento da coronha: basta pressionar para baixo a parte superior da coronha, soltando a trava, e é só bascular (para a direita):

Início do basculamento da coronha dobrável: Foto – Autor

Além disso, falemos um pouco do mecanismo de mira (aberta). A alça é de regulagem facílima, do tipo basculante, e apenas em azimute. Na posição mostrada está regulada para até 150 metros e tendendo para a esquerda. Basta puxá-la para trás e para baixo e se ergue a segunda opção, de 150 a 250 m. Já a massa, que regula a altura (alcance), é de regulagem mais complicada, necessitando-se usar de uma das ferramentas que estão inseridas no interior da empunhadura.


Aparelho de pontaria do IA-2: Foto – Autor



UPDATE – Mas por que desenvolver aqui se podemos simplesmente licenciar uma arma já consagrada?



Há várias razões para se desenvolver um fuzil como o IA-2, ao invés de simplesmente se passar outra vez ao licenciamento de arma estrangeira (afinal, só no século XX fabricamos dois sob licença, o Mauser 98 e o FAL). Por exemplo:


1 – Desenvolvimento tecnológico.


Precisamos pesquisar e desenvolver as ligas de aço mais adequadas ao invés de receber tudo pronto e sem saber os porquês disso e daquilo; idem com relação aos polímeros, não é qualquer um que serve para um fuzil sem que ele “abra o bico”. Obtivemos (de praças recém desincorporados) diversos relatos de incidentes de tiro (enguiços) dos fuzis do lote-piloto (mas é para isso que existem lotes-piloto, não?) porém sequer um de acidente de tiro (como o fuzil estourar nas fuças do Operador ou disparar sem acionamento do gatilho). Será que o polímero usado nas Pistolas Taurus e outros já disponíveis serviriam igualmente e sem problemas? Ademais, tanto as ligas desenvolvidas quanto os polímeros encontram aplicação na indústria civil, além da militar…


2 – Interatividade


A Imbel está tendo de aprender a conversar com a tropa, coisa velha para, por exemplo, as empresas militares de Israel. Saber o que tem de bom, ruim e o que poderia ser melhor em suas armas. O conhecimento (feedback) obtido é proveitoso para ambas as partes e seria zero ou pouco mais do que isso com arma estrangeira. Houve ainda o envolvimento do CTEx, no momento em que se começou a pensar que o IA-2 (primeira versão) era um beco sem saída. Temos então uma Instituição de Pesquisa interagindo com uma Empresa, a qual até então não falava com ninguém.


3 – Domínio total sobre a arma


Não há royalties a serem pagos a cada IA-2 vendido nem permissões de exportação a serem solicitadas a nenhum governo estrangeiro, caso nos seja feito um pedido do exterior. A conveniência ou não de atendê-lo será decidida exclusivamente por autoridades brasileiras. Ademais, se pode mexer no que interessar. Como exemplo, aquele pessimamente posicionado eixo de basculamento (desmontagem de primeiro escalão) era, digamos, um “limão”; mas como somos os desenvolvedores da arma, virou “limonada”: como descrito acima, agora há um botão no próprio eixo com duas finalidades, ou seja, se pressionado com o indicador da “mão que atira”, o carregador simplesmente cai da arma, enquanto a “mão que recarrega” já está indo apanhar outro. Agiliza-se o recarregamento sem desfazer a empunhadura e a visada. Desconhecemos outra arma do gênero com essa característica; se algum Leitor conhece, por favor, informe. A outra é, se pressionado e girado, passa-se à desmontagem de segundo escalão, ou seja, podemos retirar a parte superior da arma para ter acesso total ao mecanismo. E este é apenas um exemplo do que se pode fazer quando se tem completo domínio sobre a arma.


4 – Domínio sobre as características físico-operacionais


Ao contrário dos fuzis Mauser 98 e FAL, desenvolvidos para europeus, o IA-2 foi especificado para operar dentro dos parâmetros biotípicos do Soldado Brasileiro e das nossas condições climatológico-ambientais. Há coisas ainda por melhorar, como o comprimento da coronha e aquele horrendo seletor de regime de fogo. Mas, como a arma é de desenvolvimento endógeno, ou seja, sabemos todos os “comos” e “porquês”, é bem mais simples de alterar para melhor qualquer parâmetro que nos pareça indesejável, inadequado ou simplesmente passível de aperfeiçoamento.




Conclusão


Embora, no entender do autor, ainda existam possibilidades de melhorias na arma, algumas já citadas acima, já não se pode sustentar as surradas afirmações de que temos um fuzil dos anos 80 no século XXI, um FAL retrabalhado e sandices do gênero. É sem dúvida uma arma contemporânea e muito interessante, particularmente para um Exército que se propõe a dar um enorme salto em direção à modernidade, substituindo a Infantaria Motorizada pela Mecanizada. Sendo um Fuzil de Assalto pequeno (cano de apenas cerca de 35 cm – passo do raiamento de cerca de 1 volta completa a cada 10 pol (*) – e coronha rebatível nesta versão) e relativamente leve (pouco mais de 3 kg sem o carregador nem itens presos aos trilhos Piccatinny), além de (intuição do autor, note-se) ter uma excepcional resistência ao sobreaquecimento e um de seus piores corolários, o famigerado “cook-off” (**), o amplo uso de aço lhe confere certamente uma vasta robustez: uma combinação altamente desejável para Forças Mecanizadas, em suma. Devida e efetivamente adotada em serviço regular pelo EB – e fala-se em versões para a MB e FAB, tendo o autor participado de uma curiosa conversa, na qual a FAB supostamente estaria solicitando para si que as partes em polímero sejam em azul, enquanto a MB as quereria em cinza, mas pode ser apenas uma anedota pois, ao contrário do que nós, civis, imaginamos, o que não falta é bom humor na caserna – inevitavelmente irá chamar a atenção das nações vizinhas. Pelo que temos visto, só aí finalmente teremos a oportunidade de realizar um Test-Drive decente, lamentamos dizer, pois este tipo de apoio ainda não encontramos em nossa própria Pátria. Como ajudar a divulgar uma arma nossa se ouvimos um “não” e enfrentamos toda sorte de obstáculos a cada tentativa? As Forças Armadas bem que tentam ajudar mas as Indústrias criam toda sorte de empecilhos. Por que tem que ser assim? Já testamos armas russas e pretendemos testar outras da mesma origem, além de alemãs e austríacas (e as empresas estão sempre ansiosas para ajudar-nos, pois sabem o que têm a ganhar com a divulgação gratuita de seus produtos. Aliás, em breve iremos anunciar a adoção de uma arma testada por nós por corporação brasileira). Na verdade, estamos tentando testar uma brasileira também mas – só para variar – no exterior. Até quando?


(*) Muito tem sido aventado sobre este “passo” do raiamento. Lembremos que há uma munição suíça no calibre, por eles denominada 5.6 mm Gw Pat 90 (mas totalmente intercambiável com a M-855 comum) com projetil de 63 grains e desenhada para este mesmo “passo”, ou seja, 10 pol, mais veloz e precisa que a SS-109 padrão.


(**) “Cook-off” – fenômeno caracterizado por, quando há sobreaquecimento da câmara e um cartucho está nela inserido; o acúmulo de calor faz com que a arma dispare sem qualquer ação humana.



Portal Defesa

25 Responses to UPDATE – Fuzil de Assalto IMBEL IA-2 5,56 mm

  1. MARCELLO C SANTANA disse:

    Estou fazendo uma pesquisa sobre o Fz IMBEL IA2, e justamente o que ainda não descobri foi o passo do raiamento, a fim de saber se ele utiliza o padrão de munição 5,56 x 45mm tipo M-193 ou se o padrão SS-109. Se me lembro bem a CBC fabrica os dois tipos de munição. Se alguém souber informar, agradeço.

    • Túlio disse:

      Vamos por partes: o M-193 foi uma militarização do calibre civil chamado .222 Remington (mais precisamente a sua evolução, chamada .223 Remington), adotada pelos militares dos EUA nas primeiras versões do Fz M-16, ainda na primeira metade dos anos 60. O “passo” original, inicialmente de 14:1 (idêntico ao da versão civil .222), tornava muito instável a trajetória do projétil de 55 grains em distâncias maiores, consolidando-se então a decisão de reduzi-lo para 12:1, o que foi mantido para todas as armas disparando munição M-193. Em finais dos anos 70, os demais integrantes da OTAN concordaram em adotar o mesmo calibre (5,56 x 45 mm) em suas armas leves mas usando uma nova munição, a SS-109 belga, com dimensões idênticas à anterior mas disparando um projétil mais pesado, de 62 grains. Isso levou a uma redução ainda maior do “passo”, para 7:1. Com isto, a velocidade de boca do projétil também foi reduzida mas a precisão a maiores distâncias aumentou.

      E o IA-2 com isso? Bueno, em que pese o estranho “passo” de 1:10 que está no texto (e a única outra explicação que me ocorre é a de alguém esperar que a arma funcione tanto com M-193 quanto com SS-109) e que, segundo comentários, estaria sendo modificado pela Imbel, é de terem tentado compensar o curto comprimento da alma raiada do cano usando um “passo” mais aberto, aumentando a velocidade (e, consequentemente, o poder de impacto) do projétil, mesmo que ao custo de perdas em precisão.

      É o que penso.

  2. Rubens Nobre disse:

    Servi ao Exercito em 1982 no Rio de Janeiro 4 pelotão da CCS do CPOR.Naquela Época usavamos o FAL CORONHA RIGIDA, todos eram munidos da empunhadura oca, para utilização do referido kit de manutenção do armamento,já entregues com a tampa para a devida proteção do mesmo,meus amigos o CPOR do Rio de Janeiro na época tinha um contingente bem grande.

  3. Braga disse:

    Se o cano do fuzil fosse construído com 40 cm ao invés de 35cm, melhoraria a precisão e desempenho da arma sem comprometer sua portabilidade? Me parece um cano muito curto para um fuzil. E se projetassem um carregador quadrifilar como do fuzil AN-94 Russo, valeria a pena?

    A Imbel possui tecnologia para cromar o cano internamente?

    Muito obrigado pelas explicações.

  4. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Resolvido o mistério. Havia sim o tal kit – e ainda há – mas, por causa das perdas, não é mais usado no interior da empunhadura. Esta não tinha nem tem tampa, como no IA-2, sendo que parte do kit ia dentro de uma peça no interior da empunhadura, preso apenas por arames. Já o óleo ia e vai na mochila. Atualmente todo o kit do FAL é conduzido assim…

  5. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Buenas. Um grande amigo e veterano no FAL me passou esta: "Túlio, quanto à empunhadura do FAL com tampa, tinha sim o kit, mas como bem disseram ou perdia ou era retirado para não perder, se vc olhar por dentro da empunhadura dos fuzis mais antigos vai ver nos lados os entalhes onde se prendia uma alça de arame que servia para sacar o kit de dentro do punho, coisa de velha guarda, poucos viram, é mais ou menos como os tais carregadores de 30 e de 45 cartuchos para as Submetralhadoras Beretas/Taurus, quem já viu os dois juntos? Quando vi tirei até foto."

    Espero ter ajudado, amigo.

  6. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Olá, amigo. Fiquei um bocado impressionado com essa informação, pois manuseio FAL desde os anos 70 e jamais tinha visto algo assim, era e é sempre a mesma empunhadura oca e sem tampa. Estou fazendo contatos com vários amigos de outros estados que também operaram a arma, no que aparecer algo novo eu informo. Se for para "chutar", eu diria que talvez fosse de algum lote inicial feito na Bélgica ou experimental mas vamos aguardar…

  7. Silvio B Paz disse:

    Outra importante novidade (pelo menos diante do que estamos acostumados a ter) é que a empunhadura tradicionalmente oca agora tem uma tampa, onde ficam guardados equipamentos que auxiliam na desmontagem e limpeza da arma

    Boa noite, prestei meu serviço militar em 1984, 7º GAC Olinda PE e FAL 762mm modelo original M964, já dispunha deste recuso. Grato.

  8. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Segundo o PCM (Plano de obtenção de Capacidades Militares) do PEEx (Plano Estratégico do Exército, previsto para o período entre 2015 e 2018), em seu item 3.15, consta o desenvolvimento pelo DCT de "camuflagem ativa (ou adaptativa)". Esta segunda provavelmente é digital (pixelizada).

  9. Guilherme de Paiva disse:

    Nesse processo de modernização, estaria incluso também um novo fardamento? Talvez com camuflagem digital.

  10. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Segundo palestra dos Generais do EME SCHNEIDER e LINHARES em 22/05, na qual eu estava presente, o EB está em um processo de transformação chamado PROFORÇA. Este processo, entre outras coisas, consiste na convivência entre o chamado EB do século XX (ou seja, equipamentos e doutrinas mais antigos) e o chamado EB do século XXI, bem mais moderno. Este processo, na visão institucional do EB, deverá estar concluído em 2023, havendo então apenas EB do século XXI. Diria que é a data final para a "aposentadoria" do binômio FAL/FAP…

  11. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Não, caro amigo, só FAL (e do modelo antigo, cano de 21 pol e coronha fixa)…

  12. Guilherme de Paiva disse:

    Quanto tempo você acha que vai levar para substituir todos os FALs pelo IA2?

  13. kerber disse:

    Quando tu esteve em santa maria teve a oportunidade de ver de perto o ia2 7.62?

  14. Müller disse:

    Mais uma vez obrigado, amigo Túlio.

    Se tivéssemos um bom orçamento, um Combatente deveria dispor de empunhaduras frontais verticais e anguladas, para a arma se adequar melhor a ele e não o contrário. Vai que ele não se sinta confortável em uma determinada posição e com ou sem a empunhadura… Isso pode prejudica-lo.

    Mais uma vez parabéns pela matéria e que saia o Test-Drive do IA2. Daria uma matéria incrível.

    Abração.

  15. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Como vai, amigo Müller? Sobre o Piccatinny inferior eu concordo tanto contigo que até escrevi o seguinte no texto original da matéria: "Uma sugestão seria prolongar o trilho inferior, permitindo uma "pega" mais confortável com uso de empunhadura vertical dianteira, um verdadeiro must em determinadas operações.".

    Já sobre empunhaduras verticais, retas ou anguladas, sempre me pareceu matéria subjetiva, ou seja, há quem prefira uma e deteste a outra, vice-versa e quem – como eu mesmo – não goste de nenhuma, preferindo a telha ou (como praticamente TODO curso decente hoje em dia ensina) segurando na proteção do carregador ou mesmo em sua base. Num simples GC (nove Praças) do EB vais ver todas as empunhaduras que citei (como disse, tenho fotos que eu mesmo fiz mostrando isso). Então, não vejo como dar uma palavra definitiva a respeito, seria arrogância de minha parte.

    Abração!

  16. Müller disse:

    Obrigado Túlio pelo esclarecimento.

    A foto que vi foi de uma exposição, se não me engano no Rio Grande do Sul, em que mostrava um IA2 com os trilhos inferiores em uma posição diferente. Pesquisando também achei outra foto do IA2 7.62 com seus trilhos inferiores também em uma posição diferente, mais recuado.

    Na minha opinião, isso é ótimo, pois podemos mudar a posição do trilho para ter uma "pegada" melhor em uma empunhadura frontal (não esticando muito o braço.) ou podemos deixar na posição padrão e ter uma "pegada" melhor, segurando o fuzil de forma convencional, como na foto.

    Ouvir dizer que empunhaduras frontais anguladas (tipo a da Bushmaster) não são muito adequados em fuzis com o guarda-mão alto, como o Scar e o próprio IA2. Isso procede?

    Obrigado mais uma vez.

  17. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Caro amigo Müller, se observares bem as fotos a que te referes (e vi muitas, principalmente da versão que me interessava, em 5,56, quando pesquisava para ir a Santa Maria já conhecendo razoavelmente a arma), na telha da versão anterior – facilmente reconhecível pela observação da coronha, de desenho diferente da atual – a posição dos trilhos Piccatinny é praticamente a mesma e a empunhadura vertical está em sua parte anterior. Tenho cerca de 1,75 m e podes ver, na foto de abertura desta matéria, que empunho sem dificuldades segurando nos trilhos, que dão uma firmeza excepcional, mesmo sem luvas de combate. De resto, nos exercícios do PELOPES (I RCC) que observei, a tendência dos Soldados é mesmo empunhar pelo carregador, ou seja, com empunhadura vertical ou sem iam usar do jeito que preferem. Tenho várias fotos ainda inéditas deste exercício, mas fazem parte de outra matéria, esta sobre o Guarani, aguardando nova viagem minha a Santa Maria para produzir as poucas fotos que me faltam e esclarecer alguns pequenos detalhes sobre o blindado.

    Um grande abraço e obrigado por teres gostado do artigo. Esperemos que finalmente saia a bendita autorização para o Test-Drive…

  18. Müller disse:

    Primeiro gostaria de parabenizar o autor da matéria, muito esclarecedora e bem fundamentada.

    Vi uma vez, em uma foto, 2 IA2 exposto, o 5.56 e 7.62. O trilho do IA2 5.56 estava mais atrás, o que seria uma posição perfeita para adicionar a empunhadura frontal. A minha dúvida é: o IA2 pode retirar e posicionar o trilho em um local diferente, neste caso, mais atrás?

    Se puder, eu coloco o link da imagem.

    Grato.

  19. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Não sei, amigo. É uma arma muito recente ainda. Vamos ver…

  20. kerber disse:

    Na tua opiniao o ia2 passaria no teste do exercito peruano, onde o fn scar fracassou?

  21. Túlio Ricardo Moreira disse:

    Nada a ver, SA-58 (aliás, uma corruptela de SAR-58, um dos nomes do FAL) é uma modificação modernosa do FAL; o IA-2 é uma arma nova que conserva algumas características do fuzil belga, como a alavanca de acionamento do ferrolho, o (péssimo) seletor de regime de fogo e pouca coisa mais. Já o ACE-52 é baseado no Galil, este baseado no AK-47. Por princípio, costumo publicar apenas sobre armas, veículos e equipamentos com os quais tenho contato direto, ou seja, manuseio, disparo/dirijo/opero pessoalmente. Se aparecer algum ACE por aqui e disponível…

  22. Túlio Ricardo Moreira disse:

    À primeira, como é arma que recém começa a entrar em serviço, só o Brasil, por enquanto. Mesmo as Polícias ainda o estão apenas experimentando. À segunda, este game tem muitos fãs brazucas, talvez algum desenhe bem e…

  23. kerber disse:

    Duas perguntasas, tu sabes quais paises ja compraram o ia2 e como ele foi parar no call of duty?

  24. Pedro Augusto disse:

    uma pergunta o ia2 é equivalente ao sa58 feito pela empresa DSA Norte americana?

    prossima materia faça sobre o ace 52 seria interessante a nossa midia expecialisada falando a respeito

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